Indago uma multidão escondida em mim, escuto em voz e violão tudo o que eu peco por não ter. De nó na garganta também sou feito, desse nó que silencio à noite; me prendo, me obrigo a me prender. Solto apenas o que me fortifica, forço me fortificar, porque outro modo não há de viver. Viajo de quando em quando para lugares em que me encontro só. Sobressaio nesses lugares inabitados, na ausência de ar dos mais fracos, na água doce corrente.
Não procuro por algo menor que a liberdade, procuro por algo maior que o mundo em valor. Nunca pedi estrelas, nem castelos. Peço o que posso dar, o que dôo de mãos abertas, dou o que me reverte em humano. Se me choro por dentro, é por mero desespero que prometo fuga aos poucos. Sou um desastre. Meu andar sempre a frente do meu destino tropeça de sempre em sempre, mas acabo me deixando levar já que carrego um órgão tão mole no peito.
Recuo da dor bem devagar, e um restinho dela sempre me tenta ao outro lado. Trocaria todos os meus porquês contidos por uma incerteza fiel qualquer. E meu lábio plural vai quase dizendo sim... Acordei. Como eu poderia saber que foi só um sonho?
