Nem as minhas vozes se comportam em frente a decisão do meu próprio penar. Faltariam amores inclusos sob ventos tortos nesse cinza que sai de dentro. Um ou outro blues canta dentro de mim até o ponto de não me fazer decidir um determinado roteiro. E existem escalas de classificação; se me mudo, não me perco a ponto de voltar ao que fui, porque ainda existe gelo guardado, ainda que a falta de esperança me falhe na inveja de outros casais. Sobretudo agradeço aos filmes de ação, sobretudo os pássaros que são livres quando podem voar. Eu me rendo e me entrego nisso que chamo desgosto, praticamente azedo no final. Com pena de minha própria imagem retaliar minha própria sedução. Somos fantásticos possessivos, eu diria, nós com nossos monólogos. Não intermedia dor além de falsa face murcha. O meu fato é esquecer, meu tenro cargo, minha caminhada de doloridos pés sem botas, machucados. Sou ferido por só, por dó dos meus companheiros, por lamento das pessoas que abraço. Sou só porque espiritualizo minhas ações com o meu próprio deus, me criei assim. Entre tiques de minha sombra, aceito. Sigo sim ao que meço, e digo não ao que disfarço com um cigarro.
quarta-feira, 2 de março de 2011
às 19:49
postado por Rafael Sady
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